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A partir da ópera homónima (1929), de um acto, de Schoenberg – música ameaçadora e catastrófica em contraponto a um libreto (escrito pela mulher, Gertrud Schoenberg, sob o pseudónimo de ‘Max Blonda’) que conta a história de uma disputa conjugal culminando em reconciliação – Straub–Huillet fazem uma comédia musical única (ecoando a comédia hollywoodiana nascida do exílio europeu, em particular a de Ernst Lubitsch), de enorme rigor no trabalho sobre o espaço (equilíbrio perfeito entre a abstracção teatral e o naturalismo do cinema: “um espaço nem inteiramente naturalista, nem inteiramente abstracto, nem inteiramente quotidiano nem inteiramente teatral, algo entre os dois”, Straub dixit) e o fora de campo, um filme sobre o amor e a fidelidade – conjugal (do trio de casais: os Schoenberg, os Straub e o par de personagens), mas também, e sobretudo, artística, ética e política.