A Piazza Vittorio é a maior praça de Roma. Tanto a praça como os quarteirões adjacentes do bairro Esquilino sobressaem pela variedade multiétnica dos seus habitantes. Aqui, de facto, encontra-se uma amplitude de grupos étnicos, de origens próximas e longínquas: romanos, asiáticos, norte-africanos e indianos que fazem da praça e do bairro um local vivo, mas ao mesmo tempo difícil de controlar.

Precisamente por causa da sua natureza singular e colorida, muitos artistas e outras figuras com ligação ao mundo do cinema, como Matteo Garrone e Willem Dafoe, decidiram aí morar. Entre eles está também o grande realizador Abel Ferrara, que decidiu retratar este mundo a partir da sua perspectiva, independente e poética, envolvendo-se também na produção do filme.

O resultado é um retrato surreal e neo-realista de um dia na vida da praça, com entrevistas a imigrantes legais e legais, vagabundos, artistas, proprietários de lojas e políticos que dão os seus testemunhos pessoais sobre o local. É não somente o retrato de uma praça, mas de uma Itália que está em mutação e que tenta a todo o custo seguir a via da integração, muitas vezes subestimando os seus efeitos colaterais.